terça-feira, 13 de março de 2012

FOTOGRAFIA XI

As placas úmidas – Ascher
Frederick Scott Ascher, inventor
do processo colódio úmido 1851
Para usar o vidro como base para o negativo, tinha a dificuldade de encontrar algo que contivesse, numa massa uniforme os sais de prata sensíveis à luz, e que não se dissolve-se durante a revelação.

Um primo de Nicéphore Niépce, Abel Niépce da Saint-Victor em 1847, descobriu que a clara de ovo (albumina), era uma solução adequada no caso do iodeto de prata. O processo consistia em cobrir uma placa de vidro com clara de ovo, sensibiliza-la com iodeto de potássio, submete-la a uma solução ácida de nitrato de prata, revelada com ácido gálico e por fim fixadas com tiossulfato de sódio. O bom do processo era a precisão de detalhes que era proporcionado, em contra partida o tempo de exposição era longo, cerca de 15 minutos, a preparação era complexa e o armazenamento era de no máximo 15 dias.
Tenda para a prática da fotografia em
campo na época do colódio úmido 1875
O ano é 1851, na França morre Daguerre; na Grã Bretanha é organizada a Grande Exposição, fruto da revolução industrial; Frederick Scott Archer lança o processo do colódio úmido que suplantou em pouco tempo todos os outros processos, tendo sido publicado no “The Chemist” em março. Archer era um escultor londrino sem renome, mas com grande interesse por fotografia, não contente com a qualidade das imagens conseguidas com o processo de Talbolt, sugeriu que uma mistura de algodão de pólvora com álcool e éter, chamada de colódio, como meio de unir os sais de prata nas placas de vidro.

O processo:

O colódio com iodeto de potássio era cuidadosamente espalhado sobre o vidro, escorrendo-se o excesso até formar uma superfície uniforme.
No quarto escuro, com somente uma fraca luz alaranjada, a placa era submetida a um banha de nitrato de .
A placa era exposta câmara escura ainda úmida, porque a sensibilidade diminuía rapidamente à medida que o colódio secava. O tempo médio de exposição à luz do sol era de 30 segundos.
Antes que o éter, que se evapora rapidamente secasse, tornando-se impermeável, revelava-se com ácido pirogálico ou com sulfato ferroso.
A fixagem era feita com tiossulfato de sódio ou com cianeto de postássio (venenoso), para finalmente lavar bem o negativo.

A vantagem do colódio era que além de muito transparente, permitia uma concentração maior de sais de prata, o que fazia ela 10 veze mais sensível que a de albumina, seu único problema era que a placa tinha ser sensibilizada, exposta e revelada em um curto espaço de tempo. Archer não patenteou o seu processo, morreu na miséria e quase desconhecido; com isso os fotógrafos ingleses podiam praticar livremente, pela primeira vez, a fotografia.
Capa do livro "Photographic
Pleasures" que satirizava a
fotografia
Talbot acreditando que o colódio infringia a sua patente, levou aos tribunais um fotografo de Oxford Street que se utilizava deste processo; o juiz pôs e dúvida o direito de Talbot e o juri decidiu que o processo do colódio não infringia a sua patente; a isto soma-se o fato de a patente de Daguerre ter expirado em 1853, ficando assim livre a fotografia.
A carriça fotográfica de Roger
Fenton na guerra da
Criméia, 1855
A fotografia agora tinha condições de crescer em popularidade e em quantidade de aplicações do colódio, que durou 30 anos. O número de retratistas aumentou consideravelmente, pessoas de todas as classes sociais desejavam retratos e, se estendeu o uso de uma adaptação barata do processo de colódio chamada Ambrotipo.

Fotografo de paisagem, 1865















Fontes: www.kodak.com; www.wikipedia.org; www.cotianet.com.br; www.fujifilm.com.br.

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