Willian Henry Fox-Talbot (1800-1870), descendente de nobre família, membro do parlamento britânico, escritor e cientista, fazia uso da câmara escura para desenhos em suas viagens. Querendo fugir da patente do daguerreótipo e também solucionar suas limitações técnicas, pesquisava uma fórmula de impressionar quimicamente o papel.
W. H. Fox Talbot em daguerreótipo de 1844 |
A principiou suas pesquisas fotográficas, tentando obter cópias com contato de silhuetas de folhas, plumas, rendas e outros objetos. O processo era mergulhar o papel em nitrato e cloreto de prata e posto para secar, fazia seu contato com os objetos, obtendo-se uma silhueta escura; para finalizar o papel era fixado sem perfeição com amoníaco ou com uma solução concentrada de sal, ainda por vezes era usado o iodeto de potássio.
A primeira fotografia pelo processo negativo/positivo
Dando prosseguimento às suas pesquisas, em 1835, Talbot construiu uma pequena caixa de madeira com apenas 6,30 cm2, chamado de “ratoeira” por sua esposa. A câmara era carregada com papel de cloreto de prata. Era necessário de meia a uma hora de exposição de acordo com a objetiva utilizada; na sequência a imagem negativa era fixada em sal de cozinha e submetida a um contato com outro papel sensível. Desse modo a cópia apresentava-se positiva sem a inversão lateral. A mais conhecida mostra a janela da biblioteca da abadia de Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo. Devido ao seu tamanho reduzido (2,50 cm2, os heliografias de Niépce tinham cerca de 25X55 cm), as imagens eram bastante pobres.
Desenho fotogênico de penas e rendas |
Capa do livro -Pencil of Nature- 1844, o primeiro ilustrado fotograficamente |
Estúdio de Talbot em Reading 1844 |
Em 1839, quando chegam na Inglaterra rumores do invento de Daguerre, Talbot antecipando-se publica e apresenta seu trabalho a Royal Institution e à Royal Socity. Sir Herchel logo conclui que o tiossulfato de sódio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos: fotografia, positivo e negativo.
Em 1840 o material sensível foi substituído por iodeto de prata, que após a exposição era submetido a uma revelação com ácido gálico, continuando a usar o papel com cloreto de prata para as cópias. Esse processo no inicio foi chamado de Calotipia, ficou conhecido como Talbotipia e foi patenteado em 1841, na Inglaterra.
Talbot comprou uma casa em Reading, montou uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens turísticas e comercializava essas cópias em quiosques e tendas artísticas em toda a Grã Bretanha.
Em 1844 Talbot publicou o primeiro livro ilustrado do mundo, “The pencil of Nature”. O livro foi editado em seis grandes volumes com um total de 24 talbotipos originais, com explicação detalhada de seus trabalhos e estabeleceu certos padrões de qualidade para a imagem.
Câmara Escura portátil, tipo usada por Talbot e Daguerre |
O Primeiro Negativo por volta de 1835 |
Como na talbotipia o negativo era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido a fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia utilizando como base o vidro.
Janela da casa de Talbot em Lacock Abbey |
Sir John Herschel, cientista que sugeriu a Talboto uso de hipossulfito como fixador |
A Escada, trabalho de Talbot no livro "Pencil ofNature" |
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