segunda-feira, 13 de setembro de 2010

FOTOGRAFIA III

FOTOGRAFIA III
Os avanços tecnológicos da câmara escura
A princípio para melhora a imagem, diminuíram o orifício da câmara, mas isso resultou em imagens muito escurecidas (quanto menor o orifício, mais escura), dificultando a visualização pelos artistas.
Em 1550 o físico milanês Girolano Cardano, sugeriu o uso de lentes biconvexas junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder sua nitidez. Graças a capacidade de refração do vidro, ele converge os raios luminosos do objeto e cada ponto luminoso refletido corresponde a um ponto da imagem).
Outro problema surge quando percebe-se que não se obtêm imagens nítidas quando os objetos captados pelo visor estão a diferentes distâncias da lente; focando um objeto que está mais a frente, o de traz ficam desfocados(perdem a nitidez) e vice-versa. Danielo Barbaro no ano de 1568 menciona em seu livro “A prática da Perspectiva”, que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem; este dispositivo instalado junto ao orifício foi o primeiro diafragma, quanto mais fechado o orifício maio a possibilidade de focalizar dois objetos à distâncias diferentes da lente.
Egnatio Danti, astrônomo e matemático florentino, em 1573, sugere em La perspecttiva di Euclide, sugere a utilização de um espelho concavo para reinverter a imagem. Friedrich Risner, em 1580 descreve uma câmara escura portátil, na obra Optics, publicada somente me 1606. Em 1620 Johann Kepler em sua viagem de inspeção pela Alta Áustria usava para fazer seu desenhos topográficos uma câmara escura em forma de tenda que era equipada com uma lente biconvexa e um espelho, para obter uma imagem no tabuleiro de desenho no seu interior.
O professor de matemática da Universidade de Altdorf, Daniel Schwenter em sua obra Deliciae physico-mathematicae em 1636, descreve um elaborado sistema de lentes que combinam três distâncias focais diferentes; sistema este que foi usado por Hans Hauer em sua panorâmica de Nuremberg. Em 1646, Athanasius Kircher, descreve sua câmara escura em forma de liteira. O professor de matemática Kaspar Schott de Wüzburgo, na obra Magia Optica de 1657, menciona que um viajante vindo da Espanha descrevera uma câmara escura que podia ser levada sob seu braço.
Antonio Canaletto, em 1665, utilizou uma câmara escura dotada de um sistema de lentes intercambiáveis como meio auxiliar de desenhos de vistas panorâmicas.
Johann Christoph Sturm – 1676 – na obra Collegium Experimentale sive curiosum, descreve e ilustra uma câmara escura que utilizava um espelho a 45 graus, que refletia a luz vinda da lente para um pergaminho azeitado colocado horizontalmente e uma carapuça de pano preto exterior funcionando como um parasol para melhorar a qualidade da visualização da imagem.
Johann Zhan, monge de Wüzburgo, em sua obra Oculus Arificialis teledioptricus (1685/1686) ilustrou-a com vários tipos de câmaras portáteis como o tipo reflex que possuía 23 cm de altura e 60 cm de largura






Fontes: www.kodak.com; www.wikipedia.org; www.cotianet.com.br; www.fujifilm.com.br.

domingo, 5 de setembro de 2010

Poetizando o Apocalipse


CORA CORALINA


Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina, uma das principais escritoras brasileiras, publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, Ana nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho, em casa comprada por sua família no século XIX, quando seu avô ainda era uma criança. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa de Goiás.
Começou a escrever os seus primeiros textos aos quatorze anos de idade, publicando-os nos jornais locais apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com Mestra Silvina. Publicou nessa fase o seu primeiro conto, Tragédia na Roça.
Casou-se em 1910 com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, com quem se mudou, no ano seguinte, para o interior de São Paulo. Viveria no estado de São Paulo por quarenta e cinco anos, inicialmente nos municípios de Avaré e Jaboticabal, e depois em São Paulo, para onde se mudaria em 1924. Ao chegar à capital, teve que permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade. Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a praça do Patriarca. Um de seus filhos participou da Revolução Constitucionalista de 1932.
Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, até que, em 1956, retornou para Goiás.
Ao completar cinquenta anos de idade, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como “a perda do medo”. Nesta fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás.
Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD.
Cora Coralina morreu em Goiânia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.
Primeiros passos literários
Os elementos folclóricos que faziam parte do cotidiano de Ana serviram de inspiração para que aquela frágil mulher se tornasse a dona de uma voz inigualável e sua poesia atingisse um nível de qualidade literária jamais alcançado até aí por nenhum outro poeta do Centro-Oeste brasileiro.
Senhora de poderosas palavras, Ana escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma. Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.
Livros e outras obras
* Estórias da Casa Velha da Ponte (contos)
* Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais (poesia)
* Meninos Verdes (infantil)
* Meu Livro de Cordel
* O Tesouro da Casa Velha
* A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu (infantil)
* Vintém de Cobre
* As Cocadas (infantil)
Divulgação nacional
Foi ao ter sua poesia conhecida por Carlos Drummond de Andrade que Ana, já conhecida como Cora Coralina, passou a ser admirada por todo o Brasil.
Seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás, foi publicado pela Editora José Olympio em 1965, quando a poetisa já contabilizava 75 anos. Reúne os poemas que consagraram o estilo da autora e a transformaram em uma das maiores poetisas de Língua Portuguesa do século XX.
Onze anos mais tarde, em 1976, compôs Meu Livro de Cordel. Finalmente, em 1983 lançou Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha (Ed. Global).
Cora Coralina foi eleita intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores em 1983. Dois anos mais tarde, veio a falecer.
Observação:
Segundo informações após contato com Célia Bretas Tahan, jornalista, escritora e neta de Cora Coralina, esta confirmou que todos os poemas inéditos de Cora se encontram em poder de sua mãe, Vicência Bretas Tahan (única filha de Cora ainda viva e autora da biografia romanceada “Cora Coragem Cora Poesia”) e o poema vinculado pela mídia “Não Sei” e/ou “Saber Viver” ( = contendo as letras de Não Sei não fazem parte do acervo da referida autora.). A divulgação do apócrifo surgiu, porque junto ao poema veio um acréscimo (de origem desconhecida) do verso sem estar entre as aspas: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” do poema Exaltação de Aninha (O Professor) de Cora Coralina, in: Vintém de cobre: meias confissões de Aninha, 9. ed., São Paulo: Global, 2007. p. 163-4
Bibliografia
* TAHAN, Vicência Bretas. Cora Coragem, Cora Poesia. Global Editora, 1989.
* TAHAN, Vicência Bretas. Villa Boa de Goyaz. Global Editora, 2001.
* DENÓFRIO, Darcy França. Cora Coralina – Coleção Melhores Poemas – Global Editora, 2004. Darcy Franca Denofrio
* DENÓFRIO, Darcy França. Cora Coralina: Celebração da Volta. Cânone Editorial, 2006. Darcy Franca Denofrio
POEMINHA AMOROSO

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."
Considerações de Aninha
Melhor do que a criatura,
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos
Cora Coralina





Fotografia II


FOTOGRAFIA II
No começo e
ra a luz
Para entender o funcionamento da câmara escura
O que é a luz?
Uma forma de energia eletromagnética que se propaga em linha reta a partir de uma fonte luminosa. Quando esses raios luminosos incide sobre um objeto, que possui superfície irregular ou opaca, é refletido de um modo difuso (em todas as direções).

Ocorre que o orifício da câmara escura quando diante desse objeto, deixa passar para o interior alguns desses raios que se projetam na parede branca. E como cada ponto iluminado do objeto reflete os raios de luz desse modo, temos então uma projeção da sua imagem, só que de forma invertida e de cabeça para baixo. Mas como cada ponto do objeto corresponde a um disco luminosos, a imagem formada possuí pouca nitidez, principalmente quando se substitui a parede branca pelo p
ergaminho de desenho, o que na época foi um problema para os artistas que queriam usar a câmara escura como auxiliar na pintura.



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Assemblage

Assemblage
Jean Dubuffet usa esse termo para fazer referência a trabalhos que “vão além das colagens”. O princípio que orienta a feitura de assemblages é a “estética da acumulação”: todo e qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. O trabalho artístico visa romper definitivamente as fronteiras entre a arte e a vida cotidiana; ruptura já ensaiada pelo dadaísmo, sobretudo pelo ready-made de Marcel Duchamp e pelas obras de Merz, de Kurt Schwitters. A ideia que envolve os assemblages, é de que objetos díspares reunidos na obra, ainda que produzam um novo conjunto, não perdem o sentido original.(texto adaptado da Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais). Leia o texto integral: www.itaucultural.org.br.







Fotografia I


Fotografia I

Atualmente fotografar é um procedimento muito simples, principalmente com a fotografia digital que é um processo totalmente diferente da convencional, mas nem sempre foi assim, para chegar a este ponto foi percorrido um longo caminho, um caminho de muitos séculos. A fotografia não teve um único inventor, mais sim uma série de observações e inventos no decorrer de vários séculos. Seu princípio era conhecido desde a antiguidade, o que não se tinha era um processo para fixação da imagem.
Origens – Princípio Ótico

Alguns historiadores indicam o conhecimento do princípio ótico o chines Mo Tzu no século V a.C., outros o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) como responsável pelos primeiros comentários esquemáticos da “Camera Obscura.”

Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, em uma eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua ao passar seus raios por um pequeno orifício entre as folhas de um plátano. Observou também que quanto menor o orifício, mais nítida era a imagem.
Por tempos a câmara escura é usada por sábios europeus na observação de eclipses solares, há registro do uso deste aparelho ótico por um erudito árabe Ibn al Haitam (965-1038), o Alhazem em princípios do século XI, na corte de Constantinopla.
Em 1521 um discípulo de Leonardo da Vinci, Cesare Cesariano descreve a câmara escura em uma anotação e em 1545, surge a primeira ilustração da Câmara Escura, na obra de Reiner Gemma Frisius, físico e matemático holandês.
No século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e a pintura.
Leonardo da Vinci (1452-1519) fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas sobre espelhos, que só foi publicado em 1797.
O cientista napolitano Giovanni Baptista della Porta (1541-1615), publica uma descrição detalhada sobre a câmara escura e seus usos no livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium.

O que é a Câmara Escura?

Era um quarto estanque à luz (isolado da luz, um quarto escuro), possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, a sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.
Johannes Kepler, em 1620 fez uso da câmara escura para desenhos topográficos.
Em 1646, o jesuíta Athanasius Kircher, erudito professor de Roma, descreveu e ilustrou uma câmara escura que possibilitava o artista desenhar em vários locais, transportada como uma liteira.
Johan Zahn, em 1685, descreve a utilização de um espelho, para redirecionar a imagem ao plano horizontal, facilitando assim o desenho nas câmaras portáteis.